Devidamente instalada na nova sede em Brasília e com sindicatos filiados em todas as regiões do Brasil, a Fenacon percebeu a necessidade de arregaçar as mangas e auxiliar na estruturação desses sindicatos novos, muitos deles ainda sem a organização ideal e sem arrecadação suficiente para manter uma atividade com o nível desejado.
O entendimento veio com a chegada à presidência, em julho de 2004, de Carlos José de Lima Castro, empresário contabilista com sólida trajetória no Sescon-SP, sindicato do qual foi presidente de 2001 a 2003. A experiência no comando do sindicato mais importante do País fazia de Castro a pessoa certa para levar adiante o projeto de dar potência aos sindicatos em cidades distantes. Ao lado do seu vice, Valdir Pietrobon – que também vinha da presidência de um sindicato importante, o do Paraná, o segundo maior do Brasil –, Castro implantou o programa Estruturar. O objetivo era proporcionar ao sindicato as condições para que, em suas regiões, atuassem em consonância com os objetivos estratégicos da Fenacon.
“A gente idealizou um projeto com os parâmetros ideais para o bom funcionamento de um sindicato. Para começar, tinha que ter sala própria – poderia ser alugada, mas fora do escritório de contabilidade do seu presidente. Era preciso também ter uma secretária com treinamento. Ensinamos uma contabilidade afinada com os padrões da Fenacon, com a maneira ideal de controle de arrecadação, de orçamento, de gastos. Era precisa ter telefone, computador e impressora.”
Pietrobon, que abraçou o Estruturar e viajou Brasil afora para implantá-lo, conta que foi preciso ensinar procedimentos básicos, como a realização de reuniões, a elaboração de atas e a criação de câmaras especializadas nas diversas categorias presentes no sindicato. “Nosso foco era passar conhecimento a esses sindicatos.” Castro resume o sucesso da ideia:
“Desenvolvemos esse modelo e oferecemos aos sindicatos menos estruturados. Todos quiseram, até porque bancamos o investimento, que não precisava ser devolvido se em dois anos o filiado aumentasse a arrecadação para a Fenacon. Deu resultado. Foi só dar um empurrão que o resto andou sozinho, deslanchou.”
Segundo dados do Conselho Federal de Contabilidade, em março de 2005, a profissão contábil era composta de 357.908 profissionais, 47% com nível superior.