Contar é preciso.
O ser humano sempre calculou, numerou, registrou. Nossas mais antigas sociedades já tinham noção de quantidade mesmo antes da invenção dos números e da escrita. Desenhos com estimados 30 mil anos nas paredes de cavernas, como as de Lacaux, na França, mostram imagens de animais ladeadas de pequenos pontos e riscos. Para controlar o tamanho do rebanho, os primeiros pastores usavam também saquinhos com pedras: para cada cabeça, uma pequena pedra – a palavra cálculo, diga-se, vem de calculus, diminutivo de calx, pedra calcária, em latim.
Por tamanha antiguidade do desejo de contar, não surpreende saber que já em 1530, com o surgimento das primeiras alfândegas do Império, os controles contábeis deram o ar da graça no Brasil – com direito ao primeiro contador-geral da nossa terra, Gaspar Lamego, nomeado em 1549. A importância dos guarda-livros, como eram chamados então os contadores, é inequívoca e só cresceu ao longo da história. Hoje, a despeito da invasão de computadores capazes de operar milhões de cálculos por segundo, os contadores seguem fundamentais para a organização e o desenvolvimento de qualquer empresa. A capacidade de coordenar as gestões contábil, fiscal e trabalhista associada a um profundo conhecimento da legislação vigente mantêm em elevado patamar os empresários da contabilidade.
Os 30 anos da Fenacon, a Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas, contam um pedaço precioso dessa história. Criada em 26 de abril de 1991, a federação se consolidou como a liderança legítima do setor de serviços – principalmente dos pequenos e microempresários. Seus 37 sindicatos filiados, distribuídos em todos os 26 estados e no Distrito Federal, representam cerca de 400 mil empresas de 63 categorias econômicas. Mais de 20% delas são do segmento da contabilidade e controlam as contas de 98% dos negócios em operação em território nacional.
O setor de serviços representado pela Fenacon gera 2,3 milhões de empregos diretos, soma uma receita bruta anual de R$ 68,4 bilhões e tem participação de 3,5% no Produto Interno Bruto (PIB). Números impressionantes conquistados em três décadas de lutas por políticas públicas em busca da diminuição da burocracia, da geração de empregos e da redução da carga tributária. Para celebrar esse importante marco da Fenacon, contamos a seguir a história da federação, elegendo os principais marcos dessa trajetória.