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Pequenos empresários pedem retorno de programas de apoio

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Novas restrições da pandemia agravam perdas do ano passado

Por Eliane Gonçalves – São Paulo

As novas restrições impostas pela segunda onda da pandemia pegaram os pequenos empresários e os microempreendedores individuais já combalidos por um ano difícil para os negócios.

No ano passado, de cada três pequenas empresas, duas tiveram queda no faturamento. O impacto da perda foi, em média, de 34%. Como o movimento de recuperação foi interrompido, a perspectiva desses empresários é de que as perdas aumentem ainda mais – cheguem a 40%, em média.

Os números estão na décima rodada do levantamento que o Sebrae tem feito periodicamente para medir o impacto da pandemia no setor.

Mas os números são só uma média. A empresária Millena Lima, que atua no ramo dos aparelhos de ar condicionado em Brasília, calcula que no ano passado o faturamento caiu mais de 60%. E ela não vê perspectiva de melhora.

“Provavelmente agora, no próximo mês de abril, a gente não vai conseguir continuar com todos os funcionários. Porque a gente não vai conseguir fazer o pagamento da folha porque voltou tudo. E todos os valores são integrais agora e a entrada, o fluxo de serviço não está correspondendo a folha de pagamento”, avalia.

A empresa conta com 10 funcionários. Quatro podem ser dispensados.

E não é um caso isolado. Praticamente um quinto das empresas demitiram algum funcionário entre janeiro e fevereiro desse ano.

A saída apontada por 45% dos pequenos empresários é a extensão de programas que facilitem o acesso ao crédito, como o Pronampe, o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte.

26% dos empresários pedem o retorno do auxílio emergencial. Entre os MEIS, os microempreendedores individuais, a proporção dos que defendem o retorno do programa sobe para 36%. O analista do Sebrae Kennyston Lago explica por que a medida é tão defendida por eles. “Pra esse cara o auxílio emergencial é mais importante que uma linha de crédito. Ele quer só se manter vivo, para poder hibernar, e depois voltar. Então, ele serve tanto de um lado ao dar dinheiro para esses empresários, mais carentes, quanto também por injetar dinheiro na economia. E as pessoas que recebem o auxílio emergencial estão aonde? Nas micro e pequenas empresas porque a gente sabe que 98% das empresas no Brasil são micro e pequena”, observa.

A medida provisória que vai retomar o pagamento do auxílio emergencial foi assinada nessa quinta-feira pelo presidente Bolsonaro. O auxílio vai ser pago em quatro parcelas, que variam de R$ 175 a R$ 350, de acordo com o tamanho da família.

Fonte: Radioagência Nacional

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