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ESG: quem pode ser especialista e como aproveitar a alta demanda do mercado

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O mercado vem, aos poucos, colocando exigências em termos de ESG, o que requer um esforço organizado para implementar ações efetivas, explica especialista

O termo ESG, na Língua Portuguesa sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa, tem crescido gradualmente nos debates empresariais, mostrando-se uma prática de grande importância e exigência no cenário atual.

Em matéria publicada pelo Portal Contábeis nesta segunda-feira (8), foi revelado que a importância do ESG deve aumentar na rotina de conselhos e executivos no ano de 2024, fazendo com que o mercado busque por profissionais que se dedicam ao tema.

Mesmo assim, apesar do termo ser muitas vezes discutido, há ainda dúvidas a seu respeito, qual o verdadeiro conceito e quem pode ser tornar um especialista na área.

Diante dessas dúvida, O Portal Contábeis conversou com o professor e coordenador da pós-graduação em ESG da FIPECAFI, Flávio Riberi, para saber quem pode ser especialista na área e como profissionais podem aproveitar a alta demanda, confira:

O que é o ESG?

O acrônimo consolida um conjunto de dimensões que sintetiza como a empresa cuida de suas demandas ambientais, sociais e de governança. Atender ao ESG, pode ser compreendido como uma resposta de uma empresa face a estas demandas no quesito sustentabilidade ambiental, inclusão, cuidado social e governança com respeito a seus acionistas. 

Estas práticas combinadas podem dotar a companhia com uma gestão que demonstra os cuidados com a satisfação de todos os grupos de stakeholders em seu entorno, desde a comunidade, seus funcionários e seus acionistas.

Quais métodos e práticas são aplicados a partir do ESG?

O mercado vem paulatinamente colocando exigências em termos de ESG, o que requer um esforço organizado para implementar ações efetivas, monitorá-las e ao final divulgá-las. Estes requisitos estão bem emoldurados dentro dos quatro princípios básicos de uma boa governança corporativa que já praticamos no Brasil e que são: Responsabilidade Corporativa, Transparência, Equidade e Prestação de contas.

Cada letra do ESG denota atenção dentro de campos específicos mas que ao final estão inextricavelmente relacionados entre outros temas contidos nos demais pilares. Veja o exemplo da questão em que empresas tornam público seus compromissos com a neutralização de emissão de gases do efeito estufa. 

O compromisso em si exige o desenho de um processo estruturado para a identificação dos estágios da cadeia de valor que produzem gases do efeito estufa e são necessárias a adoção de controles e ações no dia a dia para se alcançar esta meta. Mesmo sendo uma ação no campo ambiental há impactos transversais à governança, visto que uma empresa que não cumpra com compromissos assumidos pode estar exposta a danos a sua reputação e até mesmo passivos ambientais. 

Enquanto ações desta natureza são implementadas e monitoradas, o mercado possui o interesse em conferir os indicadores de sustentabilidade em relatórios de sustentabilidade, indo além da informação contábil presente nas demonstrações financeiras.

O que é necessário para ser especialista em ESG?

Primeiro, conhecer seu propósito de carreira. Tenho observado executivos que não se contentam mais em ter domínio de contabilidade e finanças e que perceberam que o domínio destas áreas já não é de forma isolada suficiente para galgar posições de liderança nas organizações. 

O interesse na temática da sustentabilidade é algo que ajuda a amplificar o propósito da carreira. Hoje falamos em liderança responsável, o que significa ter uma visão 360º das demandas de todos os stakeholders que estão no entorno da organização, e dela é exigida uma capacidade de escuta ativa para compreender as demandas e também prestar contas a estes grupos de interesse.

Buscar um programa de pós-graduação é uma ótima forma de trazer um conjunto de experiências e conhecimentos selecionados de professores e executivos que já desenvolveram iniciativas pioneiras em ESG nas organizações.

Como aplicar o ESG de maneira eficiente no mercado em 2024?

Aqueles que pensam que o modo de pensar e agir tendo como foco ações voltadas ao ESG seja algo voltado somente às grandes empresas está enganado. Sabemos que as grandes multinacionais acabam sendo os propulsores na absorção primária da demanda dos investidores, todavia, as práticas adotadas começam a ser exigidas em todo o ecossistema empresarial daquilo que compõe a cadeia de valor onde esta empresa está inserida. Isso vale para clientes e fornecedores no seu entorno independentemente do tamanho. Basta olhar para o exemplo de uma grande empresa que produz chocolates e que precisa adquirir matéria-prima de pequenos produtores mantidos sob o conceito da agricultura familiar.

Como os profissionais podem aproveitar a alta demanda de especialistas em ESG para o mercado atual?

O interesse de investidores pela temática emergiu há pouco mais de uma década, mas as empresas acordaram de fato para colocar em seus organogramas papéis para responder a esta demanda nos últimos cinco anos. Empresas que estruturaram áreas de sustentabilidade dedicadas estão exigindo executivos com visão de processo e competências para conectar as áreas de negócio a uma miríade de dados selecionados e que podem ser objeto de divulgação.

Quais os diferenciais que um especialista em ESG precisa ter no cenário atual?

Desenvolver uma visão sistêmica que ultrapasse as questões financeiras e contábeis para entender o que acontece nas áreas de negócio que podem produzir impactos adversos em termos de ESG. Alguns exemplos disso: entendimento de aspectos da gestão ambiental, impactos das mudanças climáticas, aspectos de RH e engajamento dos colaboradores. 

Tudo isso exige um olhar criterioso sobre as estratégias implementadas, visão crítica e integrada da transparência corporativa para saber como coletar e divulgar informações de sustentabilidade ao mercado.

Fonte: Portal Contábeis

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