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Cidades do interior e capitais fora do eixo Rio-SP-BH ganham força no Índice de Cidades Empreendedoras

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Edição de 2020 demonstra que esses municípios têm reunido melhores condições para o desenvolvimento de novos negócios

Por Ministério da Economia

Municípios do interior e capitais fora do eixo Rio-São Paulo-BH estão reunindo as condições propícias para o desenvolvimento de novos negócios, de acordo com o Índice de Cidades Empreendedoras (ICE). Lançado nesta quinta-feira (28/1), o estudo foi realizado pela Endeavor (rede global formada pelos empreendedores à frente das empresas que mais crescem no mundo) em parceria com a Escola Nacional de Administração Pública (Enap).

Nesta edição 2020 do levantamento, foram analisados os cenários das 100 cidades mais populosas do país, avaliando as condições relacionadas a ambiente regulatório, infraestrutura, mercado, acesso a capital, inovação, capital humano e cultura empreendedora.

O levantamento é o principal raio-x do ambiente de negócios brasileiro e serve como norteador para o avanço do setor, revelando para gestores públicos quais aspectos precisam ser valorizados ou melhorados nas cidades com base em iniciativas inspiradoras desenvolvidas em outras regiões e oportunidades para quem quer empreender.

Confira a posição das cidades no Índice 2020

No ranking geral, que considera o desempenho dos municípios nos sete pilares avaliados, figuram entre os primeiros colocados quatro cidades do interior e capitais como Florianópolis, Vitória e Porto Alegre. “É evidente que cidades como São Paulo continuam tendo muita relevância no Índice, principalmente considerando aspectos como acesso a capital. Porém, nos outros pilares, pelo menos metade das dez cidades com melhor desempenho não são capitais”, comenta Renata Mendes, diretora de Relações Institucionais e Governamentais da Endeavor. “Para a Endeavor essa informação é muito importante, já que atuamos preocupados com o desenvolvimento dos ecossistemas regionais”.

Esta é a primeira vez que o Índice de Cidades Empreendedoras é realizado em parceria com a Enap. A mudança permitiu ampliar o número de municípios analisados, elevando a abrangência e o impacto do levantamento, segundo Renata: “Esta é uma versão mais madura e melhorada do estudo, que deve servir como um guia para definição de metas e prioridades das gestões municipais para possibilitar o crescimento de novos negócios”, afirma ela.

“O ICE comprova que existe muito mais vontade de empreender no Brasil do que o que vemos no Sul e Sudeste”, ressalta Diogo Costa, presidente da Enap.  Além disso, ele destaca que o relatório também traz contribuições para o período pós-pandemia.

“Em épocas como a que vivemos, pensamos muito em ações, principalmente nas direcionadas para setores específicos. O que vemos em um guia como este é que, no longo prazo, as instituições são mais importantes do que as ações. Instituições precisam ser construídas para que o mercado seja ágil, que a abertura de empresas seja simplificada, que a execução de contratos seja facilitada. Essa também é uma visão de longo prazo que vemos no relatório: não apenas é preciso haver ações específicas, mas também é necessário fortalecer as instituições que atuam para impulsionar o empreendedorismo”, enfatiza.

Descentralização das cidades

Além de liderar o ranking geral, a cidade de São Paulo figura também nas primeiras posições de outros dois pilares importantes analisados pelo Índice: em acesso ao capital, que envolve dados relativos ao dinheiro disponível, como operações de crédito por município, proporção relativa de capital de risco e capital poupado per capita; e em infraestrutura, que avalia questões como transporte interurbano, acesso à internet rápida, preço médio do m² e custo da energia.

Nesse último pilar, oito das dez cidades elencadas estão no estado paulista. Porém, o protagonismo nos demais pilares é descentralizado, demonstrando que, aos poucos, o ambiente de negócios em outras regiões do país está ganhando relevância e gerando novas oportunidades.

No pilar de ambiente regulatório, por exemplo, em que são avaliadas questões como tempo de processos, tributação e complexidade burocrática, o topo da lista é ocupado por Macapá (AP). Já no pilar mercado, que analisa o desempenho econômico e presença de clientes potenciais, a cidade de Jundiaí (SP) teve o melhor desempenho, revelando o potencial para atração de novos negócios e o ambiente de competitividade no município. “Há coisas para serem aprendidas em locais que não são tão óbvios”, garante Diana Coutinho, diretora de Altos Estudos da Enap.

Norte e Nordeste

A predominância dos municípios do Norte e Nordeste é observada no pilar de cultura empreendedora – todas as cidades em destaque estão localizadas nessas duas regiões. Essa dimensão leva em consideração a satisfação em empreender, apoio familiar, probabilidade de abertura de negócios e facilidade pessoal para abertura e manutenção de negócios. Porto Velho (RO) lidera o ranking, evidenciando a cultura empreendedora forte e a imagem mais positiva do empreendedorismo na população.

As cidades da região Sul tiveram desempenho melhor no pilar de inovação, ocupando metade das posições, com Florianópolis (SC) em primeiro lugar. Para elencar os municípios, foram examinados os indicadores como proporção de mestres e doutores em ciência e tecnologia, assim como de funcionários nessa área, investimentos do BNDES e da Finep, número de patentes registradas, representatividade da indústria inovadora e da economia criativa, entre outros.

A capital catarinense e cidades como Vitória (ES), Niterói (RJ) e Juiz de Fora  (MG) aparecem na dianteira no pilar de capital humano, evidenciando a performance desses municípios na oferta de mão de obra básica e qualificada. Fatores como alto desempenho dos alunos no Enem, alta proporção de adultos com ensino médio completo, de matriculados no ensino técnico e profissionalizante, de adultos com ensino superior completo e de alunos com formação superior em cursos avaliados como sendo de alta qualidade compõem o resultado.

Para os próximos anos, a expectativa é de que se perceba no Índice o reflexo do amadurecimento digital provocado pela pandemia de coronavírus, desencadeada em 2020. “A digitalização foi muito acelerada ao longo dos últimos meses. Processos que aconteceriam em anos precisaram ser adiantados e finalizados em meses, com grandes investimentos ocorrendo para essas empresas que oferecem soluções. Tudo isso deve, nos próximos anos, gerar iniciativas e movimentos que serão percebidos pelo Índice”, avalia Renata, da Endeavor.

Sobre o Índice 2020

O Índice de Cidades Empreendedoras 2020 é um estudo realizado pela Endeavor Brasil em parceria com a Escola Nacional de Administração Pública (Enap), que avalia o ambiente empreendedor dos 100 maiores municípios brasileiros sob a ótica de uma série de indicadores, distribuídos nos sete pilares que mais impactam a vida do empreendedor: ambiente regulatório, infraestrutura, mercado, acesso a capital, inovação, capital humano e cultura empreendedora.

A Endeavor é a rede global formada pelos empreendedores e empreendedoras à frente das empresas que mais crescem no mundo. No Brasil desde 2000, promove um ecossistema que estimula o crescimento e impacto dos empreendedores e empreendedoras que lideram scale-ups (empresas de altíssimo crescimento). Elas representam 0,5% das empresas do Brasil, que geraram 1,6 milhões de empregos nos últimos três anos.

A organização trabalha em três frentes principais: apoiando e acelerando scale-ups para que multipliquem o seu impacto no ecossistema. Só em 2019, contribuíram para a geração de mais de R$ 9 bilhões em receita e manutenção mais de 48 mil empregos diretos. A Endeavor também oferece soluções de open innovation para acelerar a estratégia de inovação de mais de 60 corporações e impulsionar o crescimento das scale-ups; e influencia mudanças de políticas públicas que simplifiquem o ambiente de negócios brasileiro.

Sobre a Enap

A Enap é uma escola de governo vinculada ao Ministério da Economia (ME). Tem como principal atribuição a formação e o desenvolvimento permanente dos servidores públicos. Atua na oferta de cursos de mestrados profissionais, especialização lato sensu, cursos de aperfeiçoamento para carreiras do setor público, educação executiva e educação continuada.

A instituição também estimula a produção e disseminação de conhecimentos sobre administração pública, gestão governamental e políticas públicas, além de promover o desenvolvimento e a aplicação de tecnologias de gestão que aumentem a eficácia e a qualidade permanente dos serviços prestados pelo Estado aos cidadãos. Para tanto, desenvolve pesquisa aplicada e ações de inovação voltadas à melhoria do serviço público.

O público preferencial da Escola são servidores públicos federais, estaduais e municipais. Sediada em Brasília, a Enap é uma escola de governo de abrangência nacional e suas ações incidem sobre o conjunto de todos os servidores públicos, em cada uma das esferas de governo.

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