Em entrevista ao jornal Estadão, o presidente da FENACON, Daniel Coêlho, deu dicas de como se organizar financeiramente para não gastar além do que deveria nessa Semana do Consumidor.
Daniel Coêlho aconselha que só aproveite as promoções desses dias caso exista uma quantia reservada para imprevistos. Caso contrário, o melhor, segundo ele, é economizar. “Não se pode esquecer de deixar o suficiente para uma reserva de emergência”, explica.
Leia a matéria na íntegra:
Semana do Consumidor vale a pena? Veja o que você precisa saber antes de comprar
Educadores financeiros dão dicas para evitar gastar além do que você pode em período
repleto de promoções
A Black Friday ainda está distante e as liquidações de fim e início de ano já encerraram faz
tempo, mas uma nova oportunidade para aproveitar promoções existe em março: a semana do
consumidor. O dia do consumidor é celebrado no Brasil nesta quarta-feira, 15 de março, e lojas
e sites aproveitam os dias próximos para tentar atrair clientes.
Pode ser uma oportunidade de economizar, mas também há o risco de perder a mão e gastar
além do que deveria. Confira dicas de especialistas em educação financeira para manter as
finanças sob controle e não deixar passar as oportunidades de comprar aquele item que você
já desejava há algum tempo.
Antes mesmo de começar, a melhor ideia é ter um orçamento mensal calculado, para saber
como está a situação financeira e quanto dinheiro há disponível para gastar. Por exemplo, se já
há uma quantia reservada para gastos aleatórios, ela pode ser usada neste momento; se não
há, pode ser necessário fazer algumas contas e apertar outros gastos. “Não se pode esquecer
de deixar o suficiente para uma reserva de emergência”, ressalta Daniel Coêlho, presidente da
Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento,
Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon).
Uma vez definido quanto se pode gastar, o passo seguinte é saber o que se precisa comprar e
pesquisar. “Pense se realmente precisa do item que deseja comprar ou se é apenas um
consumo desnecessário”, ressalta Danilo Gato, educador financeiro e influencer. Mesmo que
seja um item que não seja estritamente necessário, ainda pode ser adquirido, e criar uma lista
de possíveis compras pode ajudar.
Na sequência, a ideia é pesquisar o máximo possível, levando em conta na comparação não
apenas o preço, mas também fatores como a qualidade do produto, se precisa de acessórios
vendidos à parte, o tempo de entrega e as formas de pagamento – no caso de ser a prazo, se há
juros ou não. “Nem sempre a opção mais barata é a melhor escolha, portanto, considere a
durabilidade e a qualidade do produto antes de comprar”, lembra Gato.
Também é necessário prestar atenção se há cupons, descontos ou cashbacks que podem
tornar a compra mais fácil e barata. “A recomendação é sempre procurar com calma, com
inteligência”, pede Coêlho.
Outro fator a ser considerado é a segurança do site de vendas e do vendedor, no caso de
marketplaces – se é conhecido, seguro e garante o estorno em caso de problemas. Para tal,
indicações de quem já comprou ou comentários no próprio site podem ser o caminho. “Às
vezes, uma cilada vem disfarçada de uma grande oportunidade”, afirma Eduardo Reis,
educador financeiro da Ágora Investimentos.
No caso de compras nas lojas físicas, conferir tudo relativo ao objeto sempre é possível. Outra
dica é considerar produtos usados, que podem ser mais baratos, desde que a qualidade
permaneça. “Não há outra forma de escolher as melhores promoções sem fazer uma pesquisa.
Mas se você já faz seu orçamento mensal, entende que somente um pequeno percentual dos
seus ganhos devem ser destinados a compras aleatórias e pode se precaver”, resume Reis.
Fonte: O Estado de São Paulo (Estadão)