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Oposição anuncia voto contra reforma administrativa e reunião é adiada para quarta

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Deputados criticam possibilidade de aumento nas contratações temporárias; presidente da comissão acredita na votação da proposta

Rogerio Correia: “Não há clima para votar esta proposta”

Oito partidos da oposição – PT, PDT, PSB, Psol, PCdoB, Solidariedade, PV e Rede – decidiram apresentar voto contrário à reforma administrativa (Proposta de Emenda à Constituição 32/20). A reunião da comissão especial para votar a PEC foi adiada novamente para esta quarta-feira, às 15h30. Inicialmente, a votação estava prevista para semana passada.

Antes, a bancada do PT havia apresentado um texto alternativo. A decisão de votar contra a proposta foi tomada em reunião nesta terça-feira e anunciada em coletiva de imprensa. “Não há clima para votar esta proposta de emenda constitucional. O governo está sob desconfiança e não tem condições políticas para aprovar uma reforma deste tipo na administração pública”, explicou o deputado Rogerio Correia (PT-MG).

A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) afirmou que a oposição pedirá ao presidente da Câmara, Arthur Lira, que retire a PEC de tramitação. “Se tivessem votos, já teriam votado”, argumentou. O deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ) reclamou que a oposição ainda não teve acesso ao novo substitutivo que seria apresentado pelo relator, deputado Arthur Oliveira Maia (DEM-BA). Já o deputado Gervásio Maia (PSB-PB) lamentou que a bancada governista se ausentou nos debates da comissão especial.

Temporários e convênios
As principais críticas do oposição à reforma administrativa são a possibilidade de ampliar as contratações temporárias e permitir convênios com empresas privadas. A oposição avalia que os dispositivos poderão desviar recursos da Educação e da Saúde para empresas privadas e diminuir o número de servidores públicos concursados em detrimento de cargos de livre nomeação.

A oposição ainda reclama da perda de direitos dos servidores atuais, com a possibilidade de redução da jornada e dos salários em até 25%. “O intuito era acabar com os privilégios, mas aqueles que estão no topo da carreira terão os privilégios preservados”, observou o deputado André Figueiredo (PDT-CE).

O presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público, deputado Professor Israel Batista (PV-DF), disse que o texto apresentado pelo governo não democratiza a tomada de decisões no serviços público, nem aumenta a transparência. “O texto prejudica os servidores de base e o serviço público”, criticou.

Primeiro passo
Apesar das críticas da oposição, o presidente da comissão especial, deputado Fernando Monteiro (PP-PE), disse estar confiante no diálogo e na votação da proposta. “O primeiro passo será amanhã. Muitas questões ainda podem ser debatidas e aperfeiçoadas. Que as divergências virem convergências. Temos que construir pontes e desatar nós”, apontou.

Fernando Monteiro insistiu que a reforma administrativa não é contra os servidores. “A reforma é a favor do serviço público. Tenho o maior orgulho do serviço público brasileiro. São lutadores, batalhadores. Mas precisamos avançar, crescer e dar um passo adiante para modernidade, para ter serviço de qualidade.”

O presidente da comissão lembrou que todos os direitos de servidores na ativa estão garantidos na reforma administrativa. “A legislação deve permitir ao servidor desempenhar seu papel com motivação e ganho de produtividade”, defendeu.

Reportagem – Francisco Brandão
Edição – Ana Chalub

Fonte: Agência Câmara de Notícias

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