Notícias

Finanças comportamentais: o novo paradigma da gestão financeira em 2024

Compartilhe

As finanças comportamentais representam um campo inovador e em crescimento na gestão financeira, integrando conceitos da psicologia com a teoria financeira tradicional

Pixabay

No cenário dinâmico e complexo dos mercados financeiros, uma abordagem emergente tem ganhado destaque: as Finanças Comportamentais. As finanças comportamentais são um campo de estudo que se dedica a entender as relações entre economia e psicologia, ou seja, como as pessoas tomam suas decisões econômicas e financeiras. Esse tema vem ganhando destaque no mundo dos negócios, pois desafia alguns conceitos da economia tradicional, que assume que os agentes econômicos são racionais e buscam maximizar sua utilidade.

As finanças comportamentais se consolidam como um novo paradigma da gestão financeira, tanto pessoal quanto corporativa, pois oferecem ferramentas e estratégias para lidar com os desafios e as oportunidades de um cenário econômico volátil e incerto. Além disso, podem contribuir para a promoção de uma gestão financeira mais sustentável, ética e socialmente responsável.

Princípios das finanças comportamentais

As finanças comportamentais desafiam a suposição da teoria financeira tradicional de que os agentes econômicos são totalmente racionais. Em vez disso, ela se baseia em princípios psicológicos para explicar como as pessoas tomam decisões financeiras. Alguns dos princípios-chave incluem:

Viéses cognitivos

  • Viés de confirmação: É a tendência de buscar, interpretar e lembrar de informações que confirmam as próprias crenças e hipóteses, ignorando ou desconsiderando as evidências contrárias.
  • Viés de ancoragem: É a tendência de se apegar a um número ou a uma informação inicial, mesmo que irrelevante. Indivíduos muitas vezes tomam decisões baseadas em heurísticas e intuições, em vez de uma análise completa das informações disponíveis. Este viés pode resultar em escolhas subótimas e impactar negativamente o desempenho financeiro.

Aversão à perda

As pessoas tendem a valorizar as perdas mais do que os ganhos, o que pode levar a uma aversão ao risco. Esse fenômeno influencia as escolhas de investimento e a alocação de recursos.

Herding (Efeito manada)

A tendência de seguir as ações da maioria, mesmo que isso possa não ser racional. A tendência de seguir o comportamento da maioria pode levar a decisões de investimento em massa, muitas vezes desconectadas dos fundamentos econômicos. Isso pode resultar em bolhas e crashes no mercado.

Overconfidence (Superconfiança)

Muitos investidores acreditam erroneamente em suas habilidades, levando a uma subestimação dos riscos associados a determinadas decisões financeiras.

Mental Accounting (Contabilidade mental)

É a tendência de separar o dinheiro em diferentes categorias, com base na origem, no destino ou na finalidade, e atribuir diferentes valores e regras a cada uma delas. Esse fenômeno pode levar a uma alocação ineficiente dos recursos e a uma perda de oportunidades.

Os desafios e as oportunidades das finanças comportamentais para 2024

O cenário financeiro para 2024 apresenta diversos desafios e oportunidades para as finanças comportamentais. Alguns dos fatores que influenciam esse cenário são:

  • Avanços tecnológicos: A tecnologia tem um papel fundamental nas finanças, pois facilita o acesso à informação, à educação financeira, aos serviços bancários e aos investimentos. Por outro lado, a tecnologia também pode aumentar a complexidade, a volatilidade e a incerteza dos mercados, além de gerar novos riscos, como fraudes, ciberataques e vazamento de dados. As finanças comportamentais podem ajudar a entender como a tecnologia afeta o comportamento financeiro e a desenvolver soluções que melhorem a experiência e a segurança dos usuários.
  • Busca por sustentabilidade: A sustentabilidade é um tema cada vez mais relevante nas finanças, pois envolve questões ambientais, sociais e de governança que impactam o desempenho e a reputação das empresas e dos investidores. As finanças comportamentais podem contribuir para a promoção de uma cultura de sustentabilidade, que estimule a adoção de práticas éticas, transparentes e responsáveis, e que considere os efeitos de longo prazo das decisões financeiras.
  • Inovações nas transações digitais: As transações digitais são uma tendência crescente nas finanças, pois oferecem maior conveniência, rapidez e eficiência. Entre as inovações nessa área, destacam-se as moedas digitais, as fintechs, as plataformas de crowdfunding e as redes sociais financeiras. As finanças comportamentais podem auxiliar a compreender como essas inovações afetam as preferências, as expectativas e as emoções dos consumidores e dos investidores, e como elas podem ser usadas para incentivar comportamentos financeiros mais saudáveis e inteligentes.
  • Influência crescente de mercados emergentes: Os mercados emergentes são aqueles que apresentam um alto potencial de crescimento econômico, mas também um alto grau de instabilidade política, social e financeira. Esses mercados representam uma grande oportunidade para as finanças, pois possuem uma população jovem, dinâmica e empreendedora, que demanda mais acesso e inclusão financeira. As finanças comportamentais podem ajudar a entender as características culturais, históricas e psicológicas desses mercados, e a desenvolver produtos e serviços financeiros que atendam às suas necessidades e expectativas.

Conclusão

As finanças comportamentais são um novo paradigma da gestão financeira, que reconhece a importância das emoções, das crenças e dos vieses cognitivos nas decisões financeiras. Essa abordagem oferece uma visão mais ampla e realista do comportamento financeiro, que pode gerar benefícios tanto para os indivíduos quanto para os mercados. Para 2024, as finanças comportamentais enfrentaram diversos desafios e oportunidades, que exigem uma constante atualização e adaptação às mudanças tecnológicas, sociais e econômicas. As finanças comportamentais podem ser uma ferramenta poderosa para melhorar a gestão financeira e promover uma maior prosperidade, equidade e bem-estar.

Por Alessandra de Souza Ferreira, bacharel em Ciências Contábeis e Técnica em Segurança do Trabalho.

Fonte: Portal Contábeis

Mais Fenacon