Em matéria do Jornal Contábil, o presidente da FENACON, Daniel Coêlho, dá dicas de segurança para o consumidor não cair em golpes aplicados na tributação conhecida popularmente como “taxa das blusinhas”
Com a recente implementação da tributação sobre compras internacionais de até US$ 50, conhecida popularmente como “taxa das blusinhas”, golpistas encontraram uma nova oportunidade para enganar consumidores. Relatos nas redes sociais, desde o final de julho, indicam que muitos receberam SMS fraudulentos solicitando o pagamento de taxas alfandegárias, acompanhados de links que direcionam para páginas falsas. Essas páginas simulam sistemas de rastreamento de encomendas e pedem informações pessoais e pagamento de taxas via cartão de crédito ou pix para liberação de supostas compras retidas.
A nova política de tributação, que entrou em vigor na última quinta-feira (1), estipula que compras de até US$ 50 terão um imposto de 20%, enquanto itens entre US$ 50,01 e US$ 3 mil são taxados em 60%. Os criminosos estão utilizando essa mudança para enviar mensagens com links de rastreamento falsos, alegando que as compras online foram bloqueadas na alfândega devido à falta de pagamento das taxas recém-implementadas.
A Kaspersky, empresa de cibersegurança, identificou mais de 50 domínios maliciosos usados nos últimos dias para esses golpes. Os valores cobrados pelos fraudadores variam de R$ 1,50 a R$ 88,90. Fabio Assolini, diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky para a América Latina, alerta para a necessidade de cautela nas compras online e atenção a qualquer mensagem suspeita recebida durante o processo.
Para Daniel Coêlho, presidente da FENACON, a taxação do imposto de importação é uma taxação oficial, calculado pela aduaneira, sendo pela Receita Federal. “Por ser um imposto Federal, a sociedade que comprar qualquer produto internacional através de sites ou outras plataformas, têm que ficar atentos que ao receber a informação de pagamento imposto, tem que verificar se está recebendo daquele site que ele comprou se o link realmente é do site ou é um link clonado ou uma mensagem falsa por ser um imposto novo que não era pago anteriormente. Há muitos golpistas no mercado que estão enviando as mensagens ou falsos links que direcionam para o outro canal”, disse.
Ainda segundo ele, muita das vezes até o pagamento por Pix por boleto é preciso que o consumidor verifique se o nome é contraditório de onde está vindo a compra. “Então a dica é quando receber a taxação, verificar na plataforma oficial que você comprou a mercadoria para ter a certeza que pagará o imposto no local correto, se pagará um imposto de maneira correta e para o ente correto Lembrando que a alíquota de 20% do Imposto devido e também os 17% do imposto”, disse.
Repercussão
A repercussão dessas fraudes ganhou destaque nas redes sociais, particularmente no X (antigo Twitter), onde muitos usuários compartilharam suas experiências e alertaram outros consumidores. Curiosamente, até indivíduos que normalmente não fazem compras internacionais foram alvos desses golpes, evidenciando a abrangência da ação dos criminosos.
Este método de fraude não é novidade, visto que golpistas frequentemente capitalizam sobre temas de grande interesse público para lançar seus ataques. Situações anteriores incluem golpes relacionados aos valores a receber anunciados pelo Banco Central em 2022 e abordagens fraudulentas durante o período de distribuição do auxílio emergencial na pandemia. Esses incidentes reforçam a importância de se manter vigilante e verificar a autenticidade de qualquer comunicação relacionada a pagamentos e dados pessoais.
