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Contador: o polímata essencial na complexidade brasileira na era das Inteligências Artificiais

26 de agosto de 2025 Publicado por Fernando Olivan - Comunicação Fenacon
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Por Lucas Araújo, empresário contábil, contabilista e tributarista

No cenário global de aceleradas transformações tecnológicas e incertezas sobre o futuro das profissões, a inquietude paira sobre muitos campos de atuação. A inteligência artificial e a automação, no passado meras ficções científicas, hoje se apresentam como forças disruptivas, levando profissionais a questionar sua própria relevância.

No Brasil, essa indagação assume contornos ainda mais complexos e singulares. Desde o seu “descobrimento” e, mais acentuadamente, após sua instauração como República, o país tem engendrado uma burocracia e uma complexidade empresarial que figuram entre as maiores do mundo. É um ambiente onde, como muitos observam com uma ponta de ironia, “nem o passado é certo”, dada a volubilidade e as constantes revisões de sua legislação. Nesse caldeirão de desafios, a figura do contador brasileiro emerge não como uma vítima em potencial da obsolescência, mas como um verdadeiro polímata, indispensável e em constante reinvenção.

Ainda na década de 2010, proliferavam prognósticos sombrios de que a contabilidade seria uma das primeiras profissões a sucumbir à tecnologia. A visão predominante no exterior de um contador como mero “guarda-livros”, preocupado apenas com o registro de ativos, passivos e o cálculo do patrimônio líquido, alimentava essa percepção.

Contudo, essa perspectiva falha em capturar a multifacetada realidade do contador no Brasil. Aqui, a atuação transcende em muito os demonstrativos contábeis. Somos, por necessidade e por força das circunstâncias, analistas fiscais, mergulhados na intrincada teia das declarações e obrigações acessórias. Diariamente, navegamos pela labiríntica legislação tributária, acompanhando suas alterações e até mesmo os entendimentos das câmaras e instâncias superiores, incluindo o Supremo Tribunal Federal. Essa imersão nos confere um conhecimento que, embora sem a pretensão de substituir advogados, nos posiciona como verdadeiros consultores jurídicos primários no campo tributário.

A amplitude de nossa atuação não para por aí. Adentramos o universo do Departamento Pessoal e do RH, dominando as complexas leis trabalhistas e interagindo diretamente com as plataformas tecnológicas, como o e-Social, para o registro e gestão de eventos relacionados aos funcionários. Além disso, a vivência com um portfólio diversificado de clientes – desde pequenas empresas a indústrias, do comércio a serviços, acompanhando-as desde a abertura até o encerramento – nos dota de um vasto conhecimento prático e empírico. Essa bagagem nos transforma em consultores empresariais por excelência, capazes de oferecer conselhos valiosos e direcionamentos estratégicos que vão muito além da análise fria dos números.

O contador brasileiro, muitas vezes, assume papéis que historicamente pertenceriam a outras profissões. Agimos como despachantes, dada a complexidade e o custo de lidar com múltiplos profissionais na abertura, alteração ou encerramento de empresas. Redigimos contratos sociais e atas de assembleia, atuando como um braço informal do direito empresarial. Mais do que isso, nossa posição nos permite aconselhar sobre registro de marcas ou a conformidade com leis trabalhistas, preenchendo lacunas cruciais para o pequeno e médio empresário, que raramente possui recursos para manter um corpo de advogados, despachantes e consultores de marketing.

Essa capacidade de ser o de soluções, o primeiro ponto de contato para o empresário, não diminui nossa profissão; ao contrário, eleva-a a um patamar de indispensabilidade. Sabemos quando um advogado é necessário , quando um tributarista especializado deve ser consultado, ou quando um profissional de marketing, são fundamentais – e é o contador quem direciona para esses especialistas, orquestrando as soluções necessárias. É muitas vezes ele quem conecta empresários de diferentes e complementares ramos.

Minha própria experiência recente é um microcosmo dessa realidade. Concluir uma pós-graduação em Direito Tributário e Contabilidade Tributária para, logo em seguida, ser impelido por uma reforma tributária recém-aprovada a iniciar outra, focada especificamente nesta reforma e em planejamento tributário, ilustra perfeitamente a dinâmica do nosso ambiente profissional. O que poderia ser visto como um ônus – a necessidade de atualização contínua e acelerada – torna-se um privilégio: a capacidade de entender a história da tributação para vislumbrar seu futuro. Essa compreensão é vital para navegar o período de transição, de 2026 a 2033, com a introdução da CBS e do IBS, que substituirão gradualmente o PIS/Cofins, ICMS e ISS, impondo a coexistência de dois sistemas.

A iminente adoção do “split payment”, um advento tecnológico que visa à arrecadação direta dos impostos no momento da transação, é mais um exemplo da complexidade que nos aguarda. Embora prometa inibir a sonegação, sua implementação no contexto brasileiro exige uma compreensão profunda dos riscos, como o incentivo ao uso de papel-moeda, caso não haja um “marco civilizatório da tributação” que harmonize a visão dos legisladores com a realidade do empresariado. É precisamente nesse ponto que o contador se revela como o grande conhecedor e mediador.

Estamos no front, lidando com a realidade do pequeno empresário – aquele que não dispõe de recursos tecnológicos caros, nem de vastas equipes – e que, embora muitas vezes representado de forma simplista em estatísticas, responde pela maioria dos empregos formais do país. A nossa compreensão de fenômenos como a pejotização, com suas nuances sociais e econômicas que diferenciam um PJ de alta renda de um MEI entregador, nos permite ser a voz da realidade no debate sobre a acomodação tributária.

Não somos agentes duplos, somos integradores de boas práticas, protegendo os interesses legítimos do empresário – buscando a maior lucratividade possível dentro da legalidade – e, ao mesmo tempo, garantindo a arrecadação estatal e a conformidade fiscal. Apuramos impostos e aconselhamos contra a sonegação, atuando como um braço essencial da legalidade, segurança e da fiscalidade.

Em síntese, o contador brasileiro não está à mercê da tecnologia; ele a incorpora. A tecnologia é a ferramenta que permite a esse polímata dominar e integrar conhecimentos de diversas áreas, realizar pesquisas aprofundadas e oferecer um direcionamento estratégico ao empresariado. A complexidade e a burocracia do Brasil, longe de aniquilarem a profissão, forjaram um profissional único no mundo, um “hub de soluções” e uma peça essencial na reforma tributária e na funcionalidade do empreendedorismo nacional.

Nossa experiência de reinvenção e integração tecnológica, impulsionada pelas particularidades brasileiras, não apenas assegura nossa própria relevância, mas também aponta um horizonte e um modelo para outras profissões. Afinal, a complexidade do Brasil não é um desafio apenas para os contadores; ela permeia a vida de todos, e a capacidade de integrar-se, adaptar-se e atuar como um elo multifacetado é a chave para o progresso em qualquer área.

Fonte: Portal Contábeis

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