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4 dicas para o MEI tirar férias

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Com a maioria dos MEIs ativos atuando sem nenhum colaborador, a falta de planejamento pode levar a perdas financeiras ou mesmo fechamento

Pixabay

Com a chegada da temporada de férias, muitos brasileiros pausam a rotina de trabalho para descansar e viajar com amigos e familiares. No caso do microempreendedor individual (MEI), é importante que seja feito um planejamento para que o negócio não fique prejudicado, pois a modalidade permite a contratação de apenas um funcionário.

De acordo com dados do Sebrae, no universo de quase 12 milhões de MEIs ativos, a imensa maioria não conta com nenhum colaborador. Isso indica que, em geral, o microempreendedor depende apenas dele mesmo para cuidar da empresa. Logo, se ficar afastado sem um preparo, corre o risco de ter perdas financeiras ou até problemas maiores, como o fechamento do negócio.

Segundo o gerente de relacionamento do Sebrae, Ênio Pinto, há estratégias que podem ajudar o empreendedor na hora das férias. O primeiro passo é definir quais os “períodos de baixa” no segmento de atuação. “O ideal é sair de férias quando quase não há demanda ou há pouca demanda nos serviços que ele entrega”, aponta. É importante que o empresário avise o cliente, tanto no ambiente físico, quanto nas redes sociais do negócio, o período exato em que as atividades ficarão paradas e comunique a data de retorno.

A chef de cozinha italiana Renata Mendelli é MEI e vende seus cardápios 100% pela internet. Como trabalha sozinha, ela busca, como sugere o gerente do Sebrae, tirar as férias em períodos com menor fluxo de pedidos. No entanto, nem sempre é fácil conciliar a agenda com a do marido, que por ser professor universitário, só consegue viajar nos períodos de janeiro e julho. Pela primeira vez, em dezembro do ano passado, ela resolveu arriscar e não trabalhou durante o Natal e o Ano Novo, época do ano com a maior demanda.

Renata elaborou um plano: preparou os banquetes até o dia 23 de dezembro e deixou os pratos congelados até as festas. Para a surpresa dela, os clientes aceitaram a ideia e os pedidos “bombaram”. “Fiz toda a orientação para eles deixarem descongelando antes de colocar no forno. E bombou, entreguei antes da data e não teve prejuízos. Todos falaram que não tiveram problemas maiores”.

Na visão de Renata, se houver planejamento, as férias não se tornam um problema para o negócio, mas sim, um estímulo positivo.

Mais dicas

  1. Fracionar as férias – Distribuir as férias em curtos períodos ao longo do ano é outra dica dada por Enio Pinto. Em lugar de tirar um mês inteiro, o empreendedor pode se ausentar quatro vezes por uma semana. “Assim você evita que o cliente tenha que procurar outro prestador de serviço, pois em uma semana ele consegue aguardar o seu serviço voltar”, explica o gerente do Sebrae.
  2. Férias também podem ser produtivas – O que nem todos percebem é que a pausa nas atividades pode ser produtiva, uma vez que permite obras ou melhorias, além da oxigenação de ideias para o negócio. Assim, quando você volta, reabre com uma inovação, em uma condição de melhorar o atendimento do seu cliente.
  3. Inspiração para o negócio – O empreendedor também pode aproveitar a oportunidade para conhecer um lugar que traga inspiração. É interessante programar a viagem para centros vanguardistas, dentro do segmento que você atua, ou visitar concorrentes que possam dar insights, inspirar e agregar valor ao seu negócio.
  4. Organização financeira – Muitos acabam não tirando férias por medo de perdas financeiras. Para driblar esse obstáculo, o especialista do Sebrae indica um provisionamento, isto é, uma reserva de dinheiro para gastos futuros. Até porque, como você não vai prestar serviços, vai parar de entrar recursos. A tendência é até que você gaste um pouco mais em férias.

Reserva financeira

Quem já adotou o hábito de fazer uma reserva é a dona da papelaria artesanal Made With Love, Taís Rocha, 45 anos. Para isso, ela diminui os gastos e procura formas de ganhar uma renda extra.

Nos dois meses que antecedem as férias, já me organizo financeiramente, sobretudo, dando mais aulas no meu ateliê. Além disso, tento diminuir os gastos com a compra de insumos e material para confecção de novos produtos.

Taís Rocha, empreendedora

Como ela não tem ninguém para substituí-la, Taís programa as férias com a família com antecedência e sempre deixa um anúncio na porta da loja física e um aviso nas redes sociais para os clientes. No caso dos 5% de MEIs que contam com colaboradores, é possível delegar a função desempenhada. No entanto, Ênio Pinto alerta que é necessária uma preparação para que a substituição não gere impactos na qualidade do trabalho. “É importante monitorar se ele está fazendo um trabalho de qualidade para que possa te substituir à altura durante o período de férias. Inclusive, especializar o colaborador para a função é uma ótima oportunidade para o negócio”, conclui.

Fonte: Agência Sebrae

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