O Banco Mundial publicou nesta semana uma extensa análise sobre o caso do “Doing Business”, um relatório que apresentava o clima de negócios nos países. Basicamente uma auditoria interna apontou que líderes do alto escalão da instituição, o que inclui Kristalina Georgieva, que agora dirige o FMI, pressionavam a equipe que fazia o relatório para alterar dados e favorecer a China. Georgieva nega que isso tenha acontecido. Mas pelo menos desde 2019, a Receita Federal e a Unafisco (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita) já apontavam que os dados do Brasil no relatório estavam errados. Em 2019, o Doing Business dizia que o tempo gasto por empresas brasileiras para cumprimento de suas obrigações tributárias era de 1.500 horas anuais. Pesquisa encomendada pela Receita à Fenacon dava conta que esse número era de 600 horas anuais. A Unafisco Nacional diz que o retrato apresentado pelo relatório do Banco Mundial era “uma ficção baseada apenas em dados sem a adequada checagem a respeito da informação inserida nos relatórios e que prejudicava a economia brasileira, já que influenciava a tomada de decisão de investimentos”. O Banco Mundial decidiu cancelar o relatório depois das descobertas de favorecimento à China.