O Desenrola Brasil — que tem permitido a renegociação de dívidas em todo o país — chegará ao fim nesta segunda-feira (dia 20), após duas prorrogações. Nesta fase, iniciada em outubro do ano passado, o foco são os beneficiários da chamada Faixa 1 do programa, ou seja, aqueles com renda mensal igual ou inferior a dois salários mínimos nacionais (R$ 2.824) e os inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). Os débitos negociados são de até R$ 20 mil cada (valor cobrado antes dos descontos do Desenrola).
Esta fase engloba dívidas que tenham sido negativadas entre janeiro de 2019 e dezembro de 2022 — sejam bancárias (como cartão de crédito) ou de consumo (estabelecimentos de ensino, energia, água, telefonia e comércio varejista).
O desconto médio chega a 83% sobre o total do débito. Em alguns casos, esse abatimento pode até ultrapassar 96% do montante devido. Os pagamentos podem ser feitos à vista ou de forma parcelada, sem entrada e em até 60 meses.
Até o dia 7 de maio, 14,75 milhões de pessoas já havia sido beneficiadas com a negociação de cerca de R$ 51,7 bilhões em dívidas, segundo o Ministério da Fazenda.
Como negociar
Para participar do Desenrola, o cidadão pode acessar a plataforma própria do programa, utilizando a conta Gov.br (ouro, prata ou bronze). Além disso, nos últimos meses, aplicativos e sites da Serasa Limpa Nome, do Itaú, do Santander e da Caixa Econômica Federal também passaram a direcionar seus correntistas para a renegociação.
Com essa integração, os clientes dos bancos que se enquadram na Faixa 1 do programa conseguem ver se há ofertas do Desenrola Brasil. Eles são direcionados para a plataforma do programa, onde é possível consultar as dívidas e fazer os pagamentos, sem necessidade de outro login.
Os interessados podem até negociar dívidas com bancos dos quais não sejam correntistas. Basta escolher aquele que oferecer a melhor taxa na opção de pagamento parcelado.
Outra vantagem para quem tem dois ou mais débitos — mesmo que com diferentes credores — é poder juntar tudo e fazer uma só negociação, pagando à vista em um único boleto ou via Pix, ou financiando o valor devido.
Fake news
Vale destacar que, ao participar do Desenrola Brasil, o cidadão não perde nenhum benefício social recebido nem fica com o nome sujo nos sistemas do Banco Central (BC). Essas informações falsas já foram desmentidas pelo governo federal.
“O Relatório de Empréstimos e Financiamentos (SCR) do sistema Registrato do Banco Central não é um cadastro restritivo. Ele exibe o ‘extrato consolidado’ de dívidas bancárias, empréstimos e financiamentos, tanto do que está em dia quanto do que está em atraso. Isso permite que o cidadão acompanhe, em um só lugar, todo o seu histórico financeiro e se previna contra golpes”, explicou o Ministério da Fazenda.
Ainda de acordo com a pasta, as dívidas que forem negociadas pelo Desenrola Brasil com pagamento parcelado vão aparecer no extrato emitido pelo BC, assim como outras dívidas bancárias, para que possam ser acompanhadas pelo cidadão.
“Os bancos não acessam os relatórios das pessoas; eles conseguem ver apenas as informações consolidadas, quando o cidadão autoriza esse acesso”, concluiu a pasta.
Com informações do Extra